Dias e noites que passam simétricos
O sim e o não, o ruim e o bom
São meros acasos, um livro, um dom
Dão asas ao lírio em sussurros não-tétricos
Lembro e esqueço da mente vazia
Um reles descaso à luz do dia
As aspas secretas, o pequeno valor
Sangrando em nuvens de céu bicolor
Paisagens mentais, sonhos de um dia
Formando cenários de mais lisergia
Sabendo do nada, com medo cego
Eu luto, eu finjo,me rendo me nego
Hoje a aurora é lilás ou púrpura?
Qual a cor de um susto?
O que era tarde, de fim ficou escura
O cheiro azul de um relento não justo
Penso em resíduos, em pós escarlates
Em feixes de sabre, em nulos combates
A era do medo, a face do som
O que era mesmo? O que era bom?
Do fim ao final
Do lírio sem fim
Pras hostes um corte fatal
Pros dias, não lírios, jasmim
Justiça atroz em camadas
Feito carne em palavras grisalhas
O medo anteposto em fachadas
Um texto cinza sem falhas
___________________________
No comments:
Post a Comment
Buuuuu