Alienados alienígenas alçam almíscars aleatórios
Buscam buracos benditos
Causando crendices com culpas e crematórios
Derramam dourados detritos
Elevam em erros estranhos
Focando figuras, falando finados e falatórios
Gotejam gastos e ganhos
Histórias hispânicas hereges
Índios ilegais, incolores e irrisórios
Jantam jasmins jogados em júbilo
Limpam lugares, lousas e laboratórios
Macetes medonhos
Nunca nada narrou
Olhos, ocres ouvidos
Pacotes perdidos pensam em predatórios
Que quase queridos
Ruir resquícios, rachar ruínas e recordatórios
Sempre sonhando, seguindo sorriso
Traindo temores, titãs toneladas
Um urso, usurpado, Usado
Veloz vulto voltando, vil e vexatório
Xadrez xereta, xarope em xeque
Zumbis zoaram zerados
Um ode a mim mesmo no sanatório!
Ágata de A à Z
ReplyDeleteAmei ávido Ágata de A à Z,
ardorosamente apaixonei-me por Ágata.
Andei em meio a amarantos atinando andanças,
arvorei andanças arredio do ártico ao antártico.
Busquei no bê-á-bá dos becos
burilar beatitude em belvederes;
Bebi em bares e bibocas;
Belchior benzeu-me num bazar.
Caminhei contrafeito contornando crises;
Conheci crivos e criptas, covas,
coptas e confrades, corvos e covardes;
Copiei o colofão de um carcomido calhamaço.
Doutor dos débeis do devir,
deidade dos deuses desacreditados,
desvendei delicadas demonstrações de desprêzo;
Dei-me por mim, dirigi-me doravante.
Erigi estátuas estéreis, e
estandartes esplendorosos no este.
Escrevi estórias e entretive-me no Érebo;
emergi em meio aos eclesiásticos e escolásticos.
Faias forravam a frente da fazenda Fauna e Flora;
flagrei-me fitando o feitio de minha fronte em fontes;
falei de falhas e falcatruas aos frades da Filadélfia.
Feneci, formei-me em freixos frondosos.
Galguei grotas onde germinavam gramíneas
garantidas por suas glumas; girei em gírias,
granjeei os gracejos de Ágata, a gata:
gamei por ti numa gôndola em Goa, gozando dos gongóricos.
Hauri haxixe num habitáculo hediondo,
honrando a hecatombe dos hebreus;
Heurística e hermenêutica usei no haikai,
homenageando homens-hienas.
Imiscui-me em intrigas imorais;
Imolei ignaros e ignavos em igrejas;
Imergi em igapós e imigrei para ilhotas,
istmos e itaocas; iludi imortais ínclitos.
Jacente em jacarandás, na jangal um joá;
Jurei com júbilo fazer jus ao
jugo do juiz janota;
Jornada juramentada, jubiloso jubileu.
Lamentei lúgubre o levante em Lemúria;
Lembrei-me da loira ao ler um livreco;
Livrei-me lívido de ligações libidinosas;
Longe levo-me, livre da loira.
Mas na mata mesmo mimetizando,
menosprêzo dos meus meios,
murmúrios nos muros minuanos;
Morenas no mar de mel, milenares mulheres.
Nadei no néctar de nenúfares,
no nu da noite nevoenta,
no norte nimbar, noiva a ninar;
Nessoutro nigromante, ninfa nívea.
Outrora orgíaco ogro oprimindo
orbes orgíacas, ora obras, opúsculos;
Ofiófagos do Oeste, n`olho d`água
olheiros de olfato, orelhas e oligoquetas.
Parti pelas pradarias pardacentas,
predestinado paladino, pedra preciosa,
pretendente punido, perdido, pelado, proibido.
Pássaro preso, pégaso pêgo, páginas puladas.
Quisera querer querelas,
queimado por quimeras em
quermesses no quartel;
Quarta-feira, quinta-feira, quantas feras!
Rumas de ratos, roendo ruivas, reinando;
réstias rancorosas, Rômulo e Remo em Roma.
Ramos e restos de romãs,
reergui-me rápido e retruquei:
Sou senhor da sorte lançada,
sedutor das selvas fechadas,
salvador das senhoritas segregadas,
singrador dos seixos sulinos.
Trocei de tartamudos taciturnos;
Tropecei em troncos na Tasmânia;
Tracei tímidos traços na terra,
trilhas trípticas nas trevas.
Urrei no umbral húmido,
último Ulisses ufanista,
urge, ultimatum úmblico,
utopias e urros em uníssono:
Vi, vim, verifiquei vivo,
volto vitorioso de viagens vãs,
veios e vargens, vazantes, vejo você, virgem.
Xadrez xucro de ximangos e xexéu;
Xeque, um xis, xifóide, no xifópago;
Xucro xodó, xingando pelo xilofone.
Zarpo, trotando o zaino, zanzando ao zéfiro,
zêlos de um zé-ninguém,
zênite e nadir, zumbi do zodíaco
zunindo na zumbaia, por ti Ágata de A à Z.