Nov 15, 2007

Ode a Mim Mesmo



Alienados alienígenas alçam almíscars aleatórios
Buscam buracos benditos
Causando crendices com culpas e crematórios
Derramam dourados detritos
Elevam em erros estranhos
Focando figuras, falando finados e falatórios
Gotejam gastos e ganhos
Histórias hispânicas hereges
Índios ilegais, incolores e irrisórios
Jantam jasmins jogados em júbilo
Limpam lugares, lousas e laboratórios
Macetes medonhos
Nunca nada narrou
Olhos, ocres ouvidos
Pacotes perdidos pensam em predatórios
Que quase queridos
Ruir resquícios, rachar ruínas e recordatórios
Sempre sonhando, seguindo sorriso
Traindo temores, titãs toneladas
Um urso, usurpado, Usado
Veloz vulto voltando, vil e vexatório
Xadrez xereta, xarope em xeque
Zumbis zoaram zerados
Um ode a mim mesmo no sanatório!

1 comment:

  1. Ágata de A à Z


    Amei ávido Ágata de A à Z,
    ardorosamente apaixonei-me por Ágata.
    Andei em meio a amarantos atinando andanças,
    arvorei andanças arredio do ártico ao antártico.

    Busquei no bê-á-bá dos becos
    burilar beatitude em belvederes;
    Bebi em bares e bibocas;
    Belchior benzeu-me num bazar.

    Caminhei contrafeito contornando crises;
    Conheci crivos e criptas, covas,
    coptas e confrades, corvos e covardes;
    Copiei o colofão de um carcomido calhamaço.

    Doutor dos débeis do devir,
    deidade dos deuses desacreditados,
    desvendei delicadas demonstrações de desprêzo;
    Dei-me por mim, dirigi-me doravante.

    Erigi estátuas estéreis, e
    estandartes esplendorosos no este.
    Escrevi estórias e entretive-me no Érebo;
    emergi em meio aos eclesiásticos e escolásticos.

    Faias forravam a frente da fazenda Fauna e Flora;
    flagrei-me fitando o feitio de minha fronte em fontes;
    falei de falhas e falcatruas aos frades da Filadélfia.
    Feneci, formei-me em freixos frondosos.

    Galguei grotas onde germinavam gramíneas
    garantidas por suas glumas; girei em gírias,
    granjeei os gracejos de Ágata, a gata:
    gamei por ti numa gôndola em Goa, gozando dos gongóricos.

    Hauri haxixe num habitáculo hediondo,
    honrando a hecatombe dos hebreus;
    Heurística e hermenêutica usei no haikai,
    homenageando homens-hienas.

    Imiscui-me em intrigas imorais;
    Imolei ignaros e ignavos em igrejas;
    Imergi em igapós e imigrei para ilhotas,
    istmos e itaocas; iludi imortais ínclitos.

    Jacente em jacarandás, na jangal um joá;
    Jurei com júbilo fazer jus ao
    jugo do juiz janota;
    Jornada juramentada, jubiloso jubileu.

    Lamentei lúgubre o levante em Lemúria;
    Lembrei-me da loira ao ler um livreco;
    Livrei-me lívido de ligações libidinosas;
    Longe levo-me, livre da loira.

    Mas na mata mesmo mimetizando,
    menosprêzo dos meus meios,
    murmúrios nos muros minuanos;
    Morenas no mar de mel, milenares mulheres.

    Nadei no néctar de nenúfares,
    no nu da noite nevoenta,
    no norte nimbar, noiva a ninar;
    Nessoutro nigromante, ninfa nívea.

    Outrora orgíaco ogro oprimindo
    orbes orgíacas, ora obras, opúsculos;
    Ofiófagos do Oeste, n`olho d`água
    olheiros de olfato, orelhas e oligoquetas.

    Parti pelas pradarias pardacentas,
    predestinado paladino, pedra preciosa,
    pretendente punido, perdido, pelado, proibido.
    Pássaro preso, pégaso pêgo, páginas puladas.

    Quisera querer querelas,
    queimado por quimeras em
    quermesses no quartel;
    Quarta-feira, quinta-feira, quantas feras!

    Rumas de ratos, roendo ruivas, reinando;
    réstias rancorosas, Rômulo e Remo em Roma.
    Ramos e restos de romãs,
    reergui-me rápido e retruquei:

    Sou senhor da sorte lançada,
    sedutor das selvas fechadas,
    salvador das senhoritas segregadas,
    singrador dos seixos sulinos.

    Trocei de tartamudos taciturnos;
    Tropecei em troncos na Tasmânia;
    Tracei tímidos traços na terra,
    trilhas trípticas nas trevas.

    Urrei no umbral húmido,
    último Ulisses ufanista,
    urge, ultimatum úmblico,
    utopias e urros em uníssono:

    Vi, vim, verifiquei vivo,
    volto vitorioso de viagens vãs,
    veios e vargens, vazantes, vejo você, virgem.

    Xadrez xucro de ximangos e xexéu;
    Xeque, um xis, xifóide, no xifópago;
    Xucro xodó, xingando pelo xilofone.

    Zarpo, trotando o zaino, zanzando ao zéfiro,
    zêlos de um zé-ninguém,
    zênite e nadir, zumbi do zodíaco
    zunindo na zumbaia, por ti Ágata de A à Z.

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Buuuuu