Jul 3, 2009

O jornalista do G1, Luciano Trigo, fez um artigo sobre o "Novos Rumos dos Quadrinhos", baseado na mesa "Novos Traços" na Flip 2009, com os gêmeos Bé e Moon, Grampá e Rafael Coutinho, ele fez uma "análise" sobre os quadrinhos:

Uma vez perguntaram ao Chico Caruso quando ele começou a desenhar, e ele respondeu: “Eu não comecei, as outras pessoas é que pararam!” Lembrei disso ao assistir à mesa “Novos traços”, que reuniu quatro quadrinistas - Rafael Coutinho, Fábio Moon, Gabriel Bá e Rafael Grampá - com mediação do escritor Joca Reiners Terron. Como eu fui uma daspessoas que pararam de desenhar quando cresceram, tenho uma secreta inveja daquelas que que continuaram. Talvez por isso eu tenda a pensar que “quadrinhos para adultos” são uma contradição em termos: não consegui preservar o gosto e o hábito das HQs, que li muito na infância e na adolescência, mas sei que existe muita coisa interessante sendo feita, noBrasil inclusive.

Os irmãos Gabriel Bá e Fábio Moon foram os mais articulados da mesa, e aqueles com coisas mais interessantes a dizer. Mas me incomodou um pouco, na fala deles como nas demais, uma preocupação excessiva com o sucesso no mercado americano. O trabalho de Rafael Grampá, particularmente, com suas histórias hiper-violentas e pós-apocalípticas, com cabeças decepadas e sangue em cascatas, me pareceu uma tentativa de emular uma estética tipicamente americana e não me disse muita coisa. Bem mais consistentes com a idéia de uma HQ para adultos são as propostas de Bá e Moon e de Rafael Coutinho, aliás filho de Laerte, o que não deve ser fácil para ele. Os três fazem uma espécie de crônica da vida comum, elegendo como personagens casais que se separam, profissionais em conflito existencial etc. Em algum momento do debate alguém falou que o público de leitores de quadrinhos é muito particular: é gente que comparece a eventos fantasiada de personagem e idolatra super-heróis e seus criadores. No momento em que as HQs conseguirem ultrapassar esse nicho ficará mais fácil reconhecer sua importância.


E daí que se fantasiem? E daí que não se fantasiem? E daí que só leiam super-heróis? E daí que emulem americanos? E daí que façam quadrinhos do cotidiano? E daí que não o façam?

Por que só histórias em quadrinhos tem que ser estigmatizadas? Pelos críticos e pelos próprios autores?

Cada um faz o que quer dentro da mídia que quiser...
Um vê novela, outro documentários sobre baleias e outro assiste Chaves... Qual o problema em se fantasiar, copiar temáticas americanas, tornar adolescentes personagens infantis e não fazer isso tudo?

Aposto que o jornalista do G1 tem diploma...


As pessoas precisam parar de enxergar as coisas em mundos fechados e ver que tudo existe ao mesmo tempo agora!

1 comment:

Buuuuu