Dec 26, 2012

O nome dela

E o nome dela era Amanhã. Seguia passos disformes e em sua beleza nata, nas torres de ilusão saía derradeira e sutil para voltar aos poucos. Trazia um cheiro defumado, forte, adocicado, cheio de cobiça e entrementes. Nos trejeitos de uma alucinação segurava firme os trajetos do olhar. Queimou o último resquício de sanidade ao trazer consigo seu único filho. Antes do anoitecer, olhou para trás pela primeira e última vez, viu apenas o que podia ver, com olhos de quem vê além do que se pode enxergar.
E tudo era finito ao ponto de nunca se acabar. Naquele dia criou uma poção de saudade apenas para jogá-la aos mares secos de um céu escuro sem estrelas. Quando a olhei nos olhos não pude vê-la... o nome dela era Amanhã.

1 comment:

  1. Muito lindo.
    Um finito que nunca acaba: é a melhor definição do amanhã.

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Buuuuu