E o nome dela era Amanhã. Seguia passos
disformes e em sua beleza nata, nas torres de ilusão saía derradeira e
sutil para voltar aos poucos. Trazia um cheiro defumado, forte,
adocicado, cheio de cobiça e entrementes. Nos trejeitos de uma
alucinação segurava firme os trajetos do olhar. Queimou o último
resquício de sanidade ao trazer consigo seu único filho. Antes do
anoitecer, olhou para trás pela primeira e última vez, viu apenas o que podia ver, com olhos de quem vê além do que se pode enxergar.
E tudo era finito ao ponto de nunca se acabar. Naquele dia criou uma
poção de saudade apenas para jogá-la aos mares secos de um céu escuro
sem estrelas. Quando a olhei nos olhos não pude vê-la... o nome dela era
Amanhã.
Muito lindo.
ReplyDeleteUm finito que nunca acaba: é a melhor definição do amanhã.