
Este texto se propõe ir contra a maré da ficção buscada normalmente, olhar aquele lado que está por trás de tudo e que dá o feedback para quem escreve... sim, queremos virar o espelho para refletir quem é o leitor atual, a nova geração de leitores que convive com as efemeridades e a velocidade do Século XXI, com a internet e suas atualizações frenéticas, com as milhares de possibilidades por segundo, com a “globalização dos sentidos”. Sim, este leitor não é mais o mesmo de vinte anos... de dez anos... ou mesmo de cinco anos atrás, e talvez, no futuro, esse leitor se renove a cada dia, a cada minuto.
É conhecido por todos que o advento da internet, das TVs a cabo com programação internacional e até mesmo a evolução dos telefones celulares e vídeo-games, tudo isso mudou a forma de enxergar a realidade, e principalmente das crianças nascidas nesse novo mundo da comunicação em massa.
A própria indústria cultural já vem observando isso há tempos e vem se adequando aos poucos às transformações dos novos tempos. E, claro, como tudo na vida, isso tem seus pontos positivos e negativos, vamos buscar traçar este parâmetro aqui, continue lendo, pois isto aqui é sobre você, Leitor.
Muitos se perguntam qual o “papel do papel” na modernidade, com tanta “interatividade visual” dos dias atuais, com todos os novos produtos que possibilitam termos uma mídia móvel cada vez mais barata e portátil. Muitos ainda dizem que o papel vai dar lugar ao LCD, ou alguma outra forma de tela para a leitura, e que e-books tomarão o lugar dos livros. Mas diferentemente da mudança do vinil para o CD e deste para o MP3, diferentemente da mudança do analógico para o digital, existe no homem um “apego” ao papel. Desde sua criação na China, por Cai Lun, um eunuco considerado o pai da fórmula de confecção do papel, e desde seu uso em forma de papiro no Egito até o uso que você fez hoje quando foi ao banheiro, esta fibra de origem vegetal vem acompanhando a humanidade e ainda é a principal forma de registro para o homem moderno. Esse apego que falo se constata na ânsia do homem de registrar fatos e guardá-los para o futuro, o animal homem tem essa necessidade de imprimir – num sentido mais antigo da palavra – suas sensações, memórias ou mesmo divagações num papel. Uma notícia relatada num jornal impresso tem mais valor que a contada num rádio ou TV, por quê? Por causa da materialidade que o papel possui, coisa que a tecnologia ainda não pôde atribuir à leitura digital. O contato físico ainda é uma exclusividade do papel.
Ainda...(?)
Mas voltando às vacas frias, é no papel que o leitor tem seus primeiros contatos com a alfabetização, é no papel que ele desenvolve seus primeiros rabiscos... mas a “ameaça digital” bate às nossas portas, pois cada vez menos jornais impressos são lidos, revistas são canceladas e se tornam apenas digitais – vimos isso há algum tempo com a revista PC Magazine, e mais recentemente com a Garota-Aranha da Marvel que após inúmeras fugas dos cancelamentos, agora migrou definitivamente para as HQ’s online.
Mas isso tudo apenas reflete o perfil do leitor moderno, aquele que escreve resumidamente, com milhares de abreviações; aquele que lê no máximo dois parágrafos, pois senão “cansa”; o mesmo que nunca leu um livro inteiro ou que prefere a versão cinematográfica para algumas famosas obras.
Bom, para onde caminha a leitura, senhor leitor? Fica essa pergunta aqui.
Pois nessa velocidade estática que a tecnologia traz, abre espaços para novos tipos de leitores. No que tange, por exemplo, os leitores de quadrinhos, que é onde se foca bastante essa publicação do Farrazine, os antigos (e hoje com maior poder aquisitivo que há 10 ou 15 anos) ainda se mantêm fiéis e buscam manter essa fidelidade, por vezes vociferando terríveis palavras contra o leitor recente, aquele que não vê problema nos scans e se dá bem com o “dialeto” usado em Orkut e MSN. Se por um lado os primeiros quase que sustentam a indústria dos quadrinhos (e do papel), os últimos são os que sustentam TODO o mercado, pois são eles que consomem essa tecnologia que se atualiza tão rapidamente e são eles também que geram outros leitores e/ou consumidores.
Como em quase tudo, é uma faca de dois gumes. Nunca se agrada a gregos e troianos, nem se tem tudo que quer ou se quer tudo que tem... apesar de quantos ditados populares puderem ilustrar essa situação, uma coisa é certa, o leitor mudou, a leitura mudou. Talvez a educação, com certeza a nacional, e talvez em parte, a mundial, ainda não se atualizou, pois a forma de ensino da leitura ou do hábito da leitura certamente não está se adequando aos padrões que vemos hoje em dia.
Este talvez seja o pior de toda essa história... a velocidade da informação gera leitores apressados e afoitos por novidades, o que gera uma leitura superficial e desatenciosa. E isso, mais para frente, pode trazer consequências desastrosas, pois a memória e a história se comprometem. O leitor moderno deixa de lado detalhes para se focar no todo, lê a manchete para não precisar ler a notícia, acaba julgando um livro pela capa e esquece o que leu.
Isso está comprovado pelos baixos índices de aprovação, e pelas conhecidas redações com pérolas linguísticas. Na realidade, isso é triste, pois o saber e o conhecimento – mesmo que um péssimo conhecimento – fica impresso (agora no sentido habitual da palavra), tudo aquilo que escrevemos fica, e é lido, e se essa leitura é fugaz, acaba se tornando um telefone sem-fio, no qual a informação se distorce e se perde, e o leitor do futuro vai ser o mais prejudicado, pois será um subproduto desse leitor relapso de hoje.
O que podemos fazer para modificar esse leitor de hoje? Sem tirá-lo da velocidade do mundo moderno, mas sem perdê-lo para a efemeridade do mesmo? Não dá para ir contra a corrente da tecnologia, mas também não podemos nos perder no fluxo da instantaneidade que advém dela. Ler é preciso, navegar (na net) também é preciso. Viver é que continua não sendo preciso.
É conhecido por todos que o advento da internet, das TVs a cabo com programação internacional e até mesmo a evolução dos telefones celulares e vídeo-games, tudo isso mudou a forma de enxergar a realidade, e principalmente das crianças nascidas nesse novo mundo da comunicação em massa.
A própria indústria cultural já vem observando isso há tempos e vem se adequando aos poucos às transformações dos novos tempos. E, claro, como tudo na vida, isso tem seus pontos positivos e negativos, vamos buscar traçar este parâmetro aqui, continue lendo, pois isto aqui é sobre você, Leitor.
Muitos se perguntam qual o “papel do papel” na modernidade, com tanta “interatividade visual” dos dias atuais, com todos os novos produtos que possibilitam termos uma mídia móvel cada vez mais barata e portátil. Muitos ainda dizem que o papel vai dar lugar ao LCD, ou alguma outra forma de tela para a leitura, e que e-books tomarão o lugar dos livros. Mas diferentemente da mudança do vinil para o CD e deste para o MP3, diferentemente da mudança do analógico para o digital, existe no homem um “apego” ao papel. Desde sua criação na China, por Cai Lun, um eunuco considerado o pai da fórmula de confecção do papel, e desde seu uso em forma de papiro no Egito até o uso que você fez hoje quando foi ao banheiro, esta fibra de origem vegetal vem acompanhando a humanidade e ainda é a principal forma de registro para o homem moderno. Esse apego que falo se constata na ânsia do homem de registrar fatos e guardá-los para o futuro, o animal homem tem essa necessidade de imprimir – num sentido mais antigo da palavra – suas sensações, memórias ou mesmo divagações num papel. Uma notícia relatada num jornal impresso tem mais valor que a contada num rádio ou TV, por quê? Por causa da materialidade que o papel possui, coisa que a tecnologia ainda não pôde atribuir à leitura digital. O contato físico ainda é uma exclusividade do papel.
Ainda...(?)
Mas voltando às vacas frias, é no papel que o leitor tem seus primeiros contatos com a alfabetização, é no papel que ele desenvolve seus primeiros rabiscos... mas a “ameaça digital” bate às nossas portas, pois cada vez menos jornais impressos são lidos, revistas são canceladas e se tornam apenas digitais – vimos isso há algum tempo com a revista PC Magazine, e mais recentemente com a Garota-Aranha da Marvel que após inúmeras fugas dos cancelamentos, agora migrou definitivamente para as HQ’s online.
Mas isso tudo apenas reflete o perfil do leitor moderno, aquele que escreve resumidamente, com milhares de abreviações; aquele que lê no máximo dois parágrafos, pois senão “cansa”; o mesmo que nunca leu um livro inteiro ou que prefere a versão cinematográfica para algumas famosas obras.
Bom, para onde caminha a leitura, senhor leitor? Fica essa pergunta aqui.
Pois nessa velocidade estática que a tecnologia traz, abre espaços para novos tipos de leitores. No que tange, por exemplo, os leitores de quadrinhos, que é onde se foca bastante essa publicação do Farrazine, os antigos (e hoje com maior poder aquisitivo que há 10 ou 15 anos) ainda se mantêm fiéis e buscam manter essa fidelidade, por vezes vociferando terríveis palavras contra o leitor recente, aquele que não vê problema nos scans e se dá bem com o “dialeto” usado em Orkut e MSN. Se por um lado os primeiros quase que sustentam a indústria dos quadrinhos (e do papel), os últimos são os que sustentam TODO o mercado, pois são eles que consomem essa tecnologia que se atualiza tão rapidamente e são eles também que geram outros leitores e/ou consumidores.
Como em quase tudo, é uma faca de dois gumes. Nunca se agrada a gregos e troianos, nem se tem tudo que quer ou se quer tudo que tem... apesar de quantos ditados populares puderem ilustrar essa situação, uma coisa é certa, o leitor mudou, a leitura mudou. Talvez a educação, com certeza a nacional, e talvez em parte, a mundial, ainda não se atualizou, pois a forma de ensino da leitura ou do hábito da leitura certamente não está se adequando aos padrões que vemos hoje em dia.
Este talvez seja o pior de toda essa história... a velocidade da informação gera leitores apressados e afoitos por novidades, o que gera uma leitura superficial e desatenciosa. E isso, mais para frente, pode trazer consequências desastrosas, pois a memória e a história se comprometem. O leitor moderno deixa de lado detalhes para se focar no todo, lê a manchete para não precisar ler a notícia, acaba julgando um livro pela capa e esquece o que leu.
Isso está comprovado pelos baixos índices de aprovação, e pelas conhecidas redações com pérolas linguísticas. Na realidade, isso é triste, pois o saber e o conhecimento – mesmo que um péssimo conhecimento – fica impresso (agora no sentido habitual da palavra), tudo aquilo que escrevemos fica, e é lido, e se essa leitura é fugaz, acaba se tornando um telefone sem-fio, no qual a informação se distorce e se perde, e o leitor do futuro vai ser o mais prejudicado, pois será um subproduto desse leitor relapso de hoje.
O que podemos fazer para modificar esse leitor de hoje? Sem tirá-lo da velocidade do mundo moderno, mas sem perdê-lo para a efemeridade do mesmo? Não dá para ir contra a corrente da tecnologia, mas também não podemos nos perder no fluxo da instantaneidade que advém dela. Ler é preciso, navegar (na net) também é preciso. Viver é que continua não sendo preciso.

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Buuuuu