Mar 7, 2012

2:33h


Nas entranhas que subiam-lhe a cabeça, desfez a noz que despia castanhas. Apenas um pretexto em prosa que protelava o assunto que nada queria dizer, mas dizia. Cinco páginas depois, fechou os olhos para continuar a ler, palvaras soltas em papel de pão, linhas tortas em cadernos caligráficos e um prato vazio que teimava em lhe dizer as horas erradas... eram suas companhias mudas numa sala escura. As orelhas formadas no papel escutavam aquele vazio intermitente, causando náuseas e alívio a todos que passavam na ponte esquerda às 2:33h.
O incrível dilema de pensar sacava-lhe o rosto como um vinho de amanhã; fios de cabelo e lentes vermelhas jantavam um sentimento púrpura, o mesmo que irradiava as águas quentes em pedras que aqueciam os joelhos.
E então aquelas sete pessoas subcutâneas dançavam cosmicamente enfileiradas em suas rimas de limão, e ele, absorto em seu futuro decadente, dispensava pensamentos em flechadas de ar. Num só momento de discórdia íntima, virou-se pra si mesmo e desligou-se por completo deixando pra trás o que estava bem à sua frente. E uma lembrança não acontecida caiu do pé...

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