"Acordado de olhos fechados, esperava saber quem eu era naquele momento.
Qual o limite da realidade? Eu sou mesmo aquele que levanta com a cabeça
pesada, olhos fundos e sem fome, caminha pelas escadas com a visão meio
nublada? Senta e vê o dia passar em seus pedaços mínimos de
indivisíveis partes temporais...
Isto é plano que represento? A intempéries repetitivas e saudade do que não aconteceu...
Ou serei a força aberta que impede revoluções e coordena monções? Protejendo a Rainha e comandando minha própria razão!
Estou em dois lugares, eu tenho vários tamanhos... os olhos que tenho são
os mesmos que tentam, ao mesmo tempo, me iludir e desiludir...
A garrafa fechada levanta em mistério e clama por redomas em fogo, meu
pé pisa no alto e respira em fogos de artíficio, enquanto abaixo, o raio
sem trovão cruza o céu púrpura e laranja.... dentro da caixa de papelão
a chuva corre sem desmanchá-lo, não há música ao fundo!
As vozes na minha cabeça dizem: "Resta o pomar enveredado em
circustâncias cruciais e aleatórias, lembre do que ela disse na noite do
vidro derretido, mas ache a fórmula antes de 6 horas azuis."
Eu ligo a espaçonave feita de cinza transparente e o velho de barba lá
embaixo senta no banco da praça com um giz branco e verde nas mãos. O
cheiro de lixo me incomoda e eu levanto voo em coordenadas sistemáticas.
Sempre passo pelos mesmos lugares na rua. Sou maior do que pareço ao
meu lado e os gritos se fazem de música em silêncio no vácuo.
Da mesma forma que antes, eu estou aqui.
Poder centralizado para poder centralizar!
Mais uma vez eu durmo com os olhos abertos e acordo com eles fechados, mesmo acordado mantenho os olhos fechados....
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Buuuuu